O difuso labirinto do sentir
Encerra em si muitos cômodos
Assim como estranhos deleites.
Em toda porta figura um número e um nome
Por onde atrás se esconde
outros nomes, números e enfeites.
Espelhos ornam cada parede
Como prateados olhos fixos
Onde pairam reflexos assustadiços
Que nunca conseguem se enxergar.
Cada corredor por muito se estende.
Entre traças e tapeçarias persas,
Formula-se só e sofregamente
Os prelúdios perpétuos do chegar,
Mas eis me aqui finalmente,
Entre as hábeis criaturas do desejo
Que somente nesses lugares ermos
poderiam vorazmente habitar.
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