domingo, 21 de abril de 2024

Diametral

O momento se esvai.
Restam-me as correntes do lembrar
circundando a minha história a um presente
do qual pareço não conseguir escapar.

Como posso partir e começar um algo novo
estando ainda preso a esses velhos sonhos natimortos?

Tudo em círculos revolve,
pontuando a leveza do novo
com o familiar peso do passado,
mas ainda sim estou aqui,
de braços abertos,
peito exposto e ferido.
Eu encerro o momento em mim.

Preso na diametralidade dos opostos
e em minha condição humana,
só me restam estes joelhos a sangrar,
pois nenhuma asa jamais foi-me dada
para elevar-me em alturas sempiternas
onde o início finalmente beija o fim.

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