Munido de asas, eu posso tocar o infinito.
Deslizar os meus dedos por entre vastidões estelares
e beijar as mil faces de deus.
Como uma serpente, em ciclos e círculos,
rompo a segunda pele, renasço em frágil carne.
Nas trevas circundantes,
não existe sentido,
não existe direção.
O feixe de luz é o caminho,
A ponte que se desfaz atrás de mim.
Como um nó que perpetuamente se aperta,
Como o abraço que jamais se aparta,
A serpente alada traça o seu caminho
nas mais oblíquas latitudes do possível.
Descascar o mundo para em seu centro
encontrar apenas a iridescência cega do desejo,
inundando as ruas,
convocando a mariposa às chamas,
sussurrando violentamente o indizível
nos ouvidos moucos da solidão.
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