Do centro em direção às bordas, teço pontes
que continuamente se esfacelam e caem
antes de alcançarem o perímetro almejado.
Nada mais me sustenta.
Nada mais me suporta.
Tão distinto e distante das dores do mundo,
como uma roda que freneticamente gira
sem tocar o chão.
Se dessem-me um ponto de apoio,
eu não moveria este planeta
ou outro astro qualquer.
Poria em movimento
as engrenagens pesadas do meu coração.
Impulsionaria-me em direção aos outros
quebrando a clausura onde habita a pupa,
parindo cor em um mundo de matizes cinzas.
Com a cabeça baixa e ensimesmado
ou com a cabeça erguida e insensibilizado,
Orbito pateticamente em torno de um vórtice negro
que penso haver em mim.
O senso de toque acentuadamente se atrofia
enquanto resplandeço e pairo
afogando-me em um oceano de solidão.
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