É o peso que sulca os caminhos e discerne as direções.
O chão carece do sentido que no horizonte abunda.
Dentro dos gravetos existe a raiz efêmera do fogo,
mas ainda sim cedem ao apelo das botas
com seu marchar decidido e sua violência orquestrada.
É a tensão que nos remete do impreciso para o exato,
como se as cordas de nossa própria existência
fossem por um demiurgo puxadas
para nos afinarmos ao uníssono desespero do mundo.
A escuridão sucede o silêncio.
Ausência e apatia amalgamadas
de forma singularmente perene.
Em meio aos nossos pesares privados
suplicamos por meio do subtexto e do silêncio
por uma plateia e por aplausos
que validem nossas dores
e os nosso tantos amores
tão estupidamente burgueses.
Nós somos o sal e somos Cartago.
Somos o intransponível Rubicão transposto
pelos pés de um melhor César
que há de um dia vir.
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