domingo, 21 de abril de 2024

Inexistencial

Às vezes paro e vejo os rastros que deixei.
Pegadas leves,
indistintas.

Eu nunca clamei pela imensidão de grandes amores
ou entreguei-me cego à latitude oblíqua das dores.
Mantive-me sóbrio como uma cerimônia inglesa
após o padecer dos tolos anos,
mas nem por isso hoje sou mais sábio
e nem por isso hoje sou mais são.

Pensei que me encontraria
quando tivesse desemaranhado as linhas,
como alguma coisa rara
entre escombros escondida,
mas sou somente traços
que na areia se apagam.

Estando em todos os cantos,
não me encontro em lugar nenhum.

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