Hoje joguei fora os meus livros
e me despedi de uma boa parte de mim.
O armário vazio caçoava-me
por ter desistido assim.
Eu olhei os cantos
e medi com o palmo as paredes.
Eles eram tantos
e agora só me resta a sede
de preencher o vazio
com a insensatez de um algo novo,
sentir o ardor e o frio,
entregar-se a mais um outro jogo.
Com anseio espero
mais uma vez o armário se encher
para que novamente
seu conteúdo eu possa perder.
Nada carece de sentido
na impermanência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário