É sobre ser pequeno
e ser pisado
quando os que passam
preferem olhar pro lado,
sentados em bancos
duros, retos
e enfileirados.
É sobre ser mandado
levantar, sentar
e ajoelhar-se calado,
prestando obediência cega
aos intermediários
exaltados.
É sobre ouvir resignado
aos credos fabricados
sobre um algo maior
acobertado.
Dedo em riste finalmente levantado
por todo o sangue derramado.
No terceiro dia ninguém foi acordado.
Gritando para o alto em catedrais.
A hemofilia estampada nos vitrais.
O sangue corre e não se estanca mais.
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