Observo atento
as expressões e os gestos
de quem não está mais lá.
Em um jogo de alento
que se esvai por entre restos
de quem eu iria me tornar.
Refuto teorias
com toda a idiossincrasia
dos que resistem a se entregar.
Vejo agora com a clareza
de quem um dia se calou.
Pairei além de incertezas,
fui refeito do pouco que restou.
Eles ergueram paredes
para então as derrubar.
Jogaram suas redes
para somente eu as rasgar.
Lançada a semente
no grande vão da vida,
entrego o meu soldo
e fecho a ferida.
Fui um número em uma fila,
mas hoje sou um homem em um mar.
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