sábado, 20 de abril de 2024

Aluga-se

Algo há de brotar aqui de novo.

Tenho carpido os espaços

e diligentemente sulcado essa pele.

O rastelo não se parte ou se perde

nos muitos quilômetros de mim.


Com as vias e veias abertas,

expulsando o velho para aceder ao novo.

Os olhos se fecham para se reabrirem claros.

Não devemos temer a momentânea escuridão.


O vazio agora preenche os cômodos.

A tinta fresca seca nas paredes.

Um apanhador de sonhos se contorce em uma última dança.

Algo há de brotar aqui de novo.

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