É como cravar a faca ao peito
ao contemplar inatingível beleza.
Sinto o peso ao mundo preso,
almejo o martírio da leveza.
Flutuar acima dos sonhos
e com desdém ruas contemplar.
Olhos que somente diminuem,
mas nunca ensinam a voar.
Mas destes cacos intuo a forma
que o mundo há de um dia ter.
Quase tudo foge a norma
neste maculado renascer.
Trapaceio então em jogo
de possibilidades e alvas pretensões.
Virtude pouca é posta à prova,
mas sempre foram minhas as ilusões.
Ponho a mão no peito,
o infortúnio não se estanca.
Mais um movimento imperfeito,
uma chave que não abre a tranca.
Ecoam alto por entre os cantos
caixinhas de música
em silêncio suspeito.
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