Outra onda,
Outra pegada apagada.
Estórias interrompidas
e outras tantas inacabadas.
Quem vai, por fim,
se lembrar de nós?
Em folhas amarelas
e em páginas viradas,
Por quanto tempo devemos
esperar aqui sós.
Em horizontes longínquos,
Além de intanģíveis morros uivantes,
Pra sempre consumidos
por um desejo atroz
Por um algo que espreita e paira
Muito além do reto caminho,
a poucos centímetros
ou a quilômetros de nós
Mas nossos braços curtos
e nossos desejos dissolutos
Hão de nos guiar como um velho farol.
Velejo com a tormenta
em meio a oceanos profundos
Em direção ao mais solitário Atol.
Sobre as areias mais finas
e sob a indiferença divina,
Quem poderia um dia se lembrar de nós?
Tudo é tão impermanente,
Nossos atos tão inconsequentes.
Os pés que tocavam a areia,
Já não tocam mais o chão.
Quem vai, no fim,
se lembrar de nós?
De nossos rostos sem forma.
De nossos corpos sem peso.
Do vazio que delineia o átomo.
De nossos corações incognoscíveis por Deus.
Nenhum comentário:
Postar um comentário