As placas espalhadas nas esquinas
Não revelam mais os nomes das ruas.
Pichações desdenhosas adornam
As laterais ocultas dos prédios.
Falta-me o discernimento
Para distinguir os ires dos vires
Nessa multidão de rostos disformes
Caminhando tão intensamente à deriva.
Os semáforos perderam sua sincronia,
Um coro de luzes descompassadas
Congestionam as artérias da cidade
Tão prestes de romperem-se
Em rompante caos despido.
Os passos e os pássaros travam sua constante luta
Em meio às praças semi-desertas,
Em meio aos caminhos sem saída.
Tudo toma uma segunda dimensão
Como asfalto sobre asfalto sobreposto.
As avenidas entrecruzam-se
Sem jamais conseguirem se tocar.
Um mendigo amaldiçoa São Paulo
Em meio à outra madrugada solene e vazia.
sábado, 20 de abril de 2024
São Paulo
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