Em números e conjecturas,
Em hipóteses traçadas amealhando
Fragmentos do concreto a partir do abstrato,
Cinzelo uma símile de verdade
De um desconexo amontoado de fatos.
A tudo reduzir a teorias e teoremas,
A versões explicáveis dos dados,
Um encadeamento evidente de passos,
Transformações e homomorfismos,
Mas a imaculada prova esconde o turbilhão da busca,
O desespero disforme rangendo-se contra o tempo
Como um fastidioso abraço que jamais se aparta.
Por vez e vez de novo
Mergulhar na escuridão do desconhecido
Sem jamais saber se o oxigênio que me resta
Será suficiente para superfície me guiar.
Um pedaço sempre se desprende e cai
A cada encargo resolvido.
Chegará o dia em que habitarei mais na escuridão do que em mim.
Eu estou cansado.
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