Desabrochar é também dizer adeus,
Abrir espaço para o novo e recomeçar.
As costas não se curvarão mais.
O ar, ainda que rarefeito, basta-me.
As faces comidas pelo sol contemplam
A beleza que paira perto
No musgo das encostas
Acariciado pelas nuvens,
Sussurrado pelos ventos.
A distância permite encontrar-me.
Sou um com todas as coisas
Uma vez mais.
Sempre foi fácil um Buda nas montanhas se tornar,
Mas somos criaturas que habitam em ruas e rios
Que transbordam além de seus limites
Atropelando nossos planos,
Encerrando epopeias
Em todo o esplendor de Samsara.
Já não ouço mais o vento,
Mas ainda sinto o seu toque
Mesmo cruzando as avenidas
De São Paulo.
É duro não acreditar em nada,
Apenas na escuridão silente que me aguarda.
De certa forma, acho que estou livre...
Desabrochar também é dizer adeus.
terça-feira, 9 de abril de 2024
Samsara
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