segunda-feira, 25 de março de 2024

Ōkeanós

 

Braçadas largas contra a espuma
E o sal que fustiga-me a pele.
Furando ondas como uma nau
Na aprumada rota que me impele.

Eu estou sendo puxado para longe
Por marés indivisíveis
E horizontes obscuros.
Tudo que posso fazer é nadar.

Existe algum conforto no conflito
Entre o eu e o meio.
É possível descobrir-se
Nos espaços vazios
Entre o partir e o chegar.

Mas o fundo do oceano
Está repleto de estátuas,
Todas de braços abertos,
Silenciosas, a nos esperar.

Respire.

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