Eu invejo a leveza dos nefelibatas
E a forma em que seus passos
Não deixam mais marcas pelo chão.
Invadem sorrateiramente o invisível
Sem dele nunca verdadeiramente sair.
Adentram nas paredes como portas,
Atravessando-as sem a nada perceber
Ou ao menos serem percebidos.
Sobressaem-se como sombras
Planando leve sobre superfícies.
Vidas pinceladas com aguarrás,
Transformando linhas duras
E limites tão precisos
Em sussurros e impressões
Que reverberam mais longe que o real.
A sinfonia das estrelas é refletida
Na placidez de mil lagos.
Profundidade e poesia que me escapam.
Tudo que enxergo
É apenas meu reflexo.
segunda-feira, 11 de março de 2024
Narciso e os Nefelibatas
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