Eu sinto Vossa falta
Por mais que temesse
Tua presença invisível
Indicando-me o Norte,
Mesmo quando não pensava seguí-lo.
Estampado pelos ritos e gestos
Ensaiados por tantos tios e avós,
Fazia-Se tangível,
Não no esplendor do gênese
Ou no furor do apocalipse,
Mas nas pausas reverentes
Floreando o desespero.
Eu vi a Tua sombra pairando larga
Nas ante-salas e azulejos de hospitais,
Lembrando-me de minha pequenez
Enquanto barganhava-Lhe por vida,
Primeiro décadas,
Depois dias.
Deixaste um buraco
Largo demais para ser preenchido,
Comprometendo os alicerces,
Arruinando as fundações.
Entretanto, eu ainda olho para o abismo
Esperando ser visto ou repreendido.
Eu (in)vejo a inocência
Dos que ainda acreditam.
Continuo desconhecendo
O Vosso nome e o Vosso semblante,
Vossa inteira teologia de retalhos.
Ainda sim,
Tende piedade de nós.
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