segunda-feira, 21 de outubro de 2024

Mariposas

 

Outro anzol perfura a pele.
Fios invisíveis conclamam-nos a arder.
Carretilhas distantes e dispersas
puxam-nos em direções opostas.
Algo há de se romper.

Há uma longa estrada cravejadas de brasas.
Pegadas fundas marcam as cinzas.
As labaredas consomem tudo,
o caminho consome todos.
Fumaça e fúria preenchem o horizonte.

Estas asas hão de queimarem.
Estes olhos já não enxergam mais.
Tão consumido pela dimensão do desejo
que de cinzas me mimetizo agora.
Que culpa tem as chamas de arderem?

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