Eu sou a sombra que se deita no Oeste.
Sou o vento que desfia os dias.
A gota que desbasta a pedra.
O silêncio da feitiçaria.
De meus passos brotam árvores.
Minhas mãos afagam os vales.
Meus olhos são duas estrelas frias.
O meu riso é o trovão.
Minha pele é feita de noite,
minha barba de escuridão.
Minhas costas suportam as dores
de todos inícios e da dissolução.
Minhas veias estão cheias luzes.
Meu coração aprisiona canções.
Minha cabeça toca as nuvens.
Meu silêncio é preenchido de orações.
Eu estou muito além de mim.
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