segunda-feira, 30 de setembro de 2024

Roque


As peças pendem diferentemente num tabuleiro.
A paridade é quase sempre só aparente.
Os primeiros movimentos encerram em si
todo o desfecho e eu não sei jogar.

Tudo é tão assimétrico,
meus peões todos indefesos.
Não desejo protelar o meu abate.
Não possuo torres para me acastelar.

Tão inabilmente joguei este jogo antes.
Fui transparente em movimentos e intenções.
Não quero mais reproduzir estas jogadas
em minha cabeça ou em meu coração.
Capturo as minhas próprias peças.

Não há vergonha em perder,
em saber os limites do que sei jogar.

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