O que há de se guardar nas estantes altas?
Tão distante de incautos olhos,
entre caixas, livros e fotografias
pairam vagos vestígios do passado.
Lembranças e lembretes raros,
mas destituídos de espaço próprio
em nossas salas, quartos e camas.
Nossas vidas transbordam além dos limites,
Fluímos em direções novas ou baldias,
mas nada jamais por inteiro se apaga.
Ainda que descasque ou nos sobrepinte,
como tinta de alguma forma perduramos.
Pigmentos presentes, ainda que ressignificados.
É preciso abrir mão do passado,
mas por entre frestas ele sobrevém agridoce
entre instantes e recordações considerados perdidos.
Toda pegada é uma cicatriz.
sábado, 28 de setembro de 2024
Frestas
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