Por entre minhas mãos escorrem areias
tão finas e alvas que ao vento se desfazem
como as lembranças da iridiscência
das conchas que um dia ousaram ser.
Puídas pelas ondas e as pedras,
presas na circularidade das marés,
chocavam-se umas com as outras
até fragmentarem-se por vez e vez mais.
Um todo feito em partes,
partes feitas em um outro todo difuso.
Por que tudo há de ser tomado de nós?
Os longos dedos do tempo
tamborilam sobre os dias e meses
de nossos finitos calendários.
Por entre que mãos haveremos de escorrer?
sexta-feira, 20 de setembro de 2024
Sílica & Saudade
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