Somos definidos por insignificâncias,
Pelos pequenos pesares,
Pelas dimensões diminutas de nossos amores.
É difícil olhar para trás
Procurando por alguma plenitude fugidia.
Nós somos o quebra-cabeças espalhado sobre a mesa,
Mas também as peças jogadas ao chão.
Incompletos, inconformes,
Mas ainda assim resolutos.
Começamos nossas vidas inteiros,
Mas partimos e nos quebramos pelo caminho.
As arestas tornam-se pontiagudas,
Tão ariscas ao delicado toque.
Cada porta que se abre,
Outras duas ou mais se fecham.
Como uma gravata ou algum nó corredio
Tensionando a garganta ao silêncio,
Os dias se apertam e se apartam de nós.
Envelhecer é entender-se ridículo,
Mas sem a leveza do sorrir.
Como é possível ter alcançado tanto
E ao mesmo tempo tão pouco?
Como faróis
Sinalizamos nossa solidão
Na escuridão bravia
Para que os navios e seus tripulantes
Se atentem e se afastem de nós,
De nossas costas arredias,
De nossas incomensuráveis dores.
Um arquipélago de dissabores e arrependimentos.
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