Perscrutando os horizontes de nossa finitude.
Iluminamos os espelhos d'água com a tênue luz de velas
sobre milhares de barquinhos de papel.
É a poesia simples que reside nas estrelas que se pode tocar.
Somos sussurros envoltos pela noite,
Despidos e despojados de um norte,
Debatendo-nos violentamente ao vento
como fitas em uma árvore amarradas.
Em cada fita uma promessa depositada,
em silêncio mantida e permanentemente não realizada.
Até quando barganharemos com o invisível
nestas encruzilhadas dissolutas?
Ecoamos impermanentes e indistintos
neste somatório de possíveis futuros
como estórias que se confundem e se entreabraçam
na composição de um quadro
simultaneamente muito maior
e inferior que nós.
Deixa-nos para trás
aturdidos e inconformes,
Estendendo a mão violentamente
à natureza fugidia do ser.
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