Os quadros estão cobertos por linho branco e traças.
Os cantos acumulam pó.
As portas e seus ferrolhos antiquados estão fechados.
As janelas não mais rangem ao se abrir.
Fotografias em caixas entulhadas.
Fotografias em paredes penduradas.
Os bibelôs indiferentes à fluidez do tempo
Pontuam a topografia inabitável da saudade.
O silêncio agora saúda as manhãs
Conjurando espectros nos pavilhões do lembrar.
Ecos distantes, abafados pelo desbotar dos dias.
O concreto feito abstrato.
Nomes na parede escritos
e nomes por nova tinta apagados.
Os relógios não podem ouvir nossas súplicas.
Suas engrenagens não caminham para trás.
Dilacerado pelo implacável tempo,
Descompassado pelas longitudes que separam
o recordar do viver.
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