Eu estava só sobre o descampado,
perdido entre possibilidades impossíveis
quando do horizonte se aproximou
em um efêmero instante
um estranho golpe afagando-me o rosto.
Rajadas frias, pontuadas pela solidão,
salpicadas por algum sereno sutil,
carregavam cheiros de terra, cinzas e sal.
Eis o silêncio das canções que já cantei.
Nomes e rostos dilacerados pelas brumas do tempo.
Eu estava nu e eu me entreguei,
mas o vento também me levou embora,
fustigando as portas e janelas
que fechadas permaneceriam
entre os pequenos vãos dos dias.
Por entre as esquinas desertas,
no plácido silêncio das noites,
o vento também assoviaria o meu nome.
A impermanência é a totalidade de tudo.
terça-feira, 13 de agosto de 2024
Vento Estranho
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