Rearranjo o estar das coisas
Para talvez nelas me encontrar.
Tudo foi posto à mesa,
As minhas entranhas foram expostas,
Mas nada estava em seu devido lugar.
É árduo costurar-se de novo.
Capturar com uma mão a pelúcia
E com a outra fazer o retalho.
Somos como as mãos que se desenham
Na finitude de um caderno
Quando temos epopeias para cantar.
Somos pinturas enquadradas pelo tempo
Penduradas em galeria inóspitas
Sem ninguém que possa nos apreciar.
As minhas janelas estão abertas,
Mas ainda sim encontro-me no lado de fora.
O eu é o limite torto de todas coisas,
Mas até mesmo ele
Precisamos, nalgum dia, transpassar.
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