segunda-feira, 14 de junho de 2021

O Princípio da Equivalência


A Terra toma diminutas proporções
quando equiparada à Sol Invictus.
Seu pesado manto, de espaço e tempo cerzido,
envolve-nos em sua gravitas romana.

Desenhamos voltas ao redor como cães siderais
presos em uma sufocante coleira invisível.
Nós nunca fomos verdadeiramente livres.

Nossos olhares voltam-se aos Céus
esperando respostas nesta sucessão de ocasos
Como se a cadência perene escondesse respostas
em epiciclos toscos de nossa própria criação.

Tamanha magnitude somente se revela
quando a Lua interposta sobrevém,
acolhendo-nos em tenra escuridão,}
ocultando o Corpo, revelando a Face
de um deus que continuamente dista
exatos oito minutos
e vinte segundos
de nós.

Brota de nossa incapacidade em distinguir a inercialidade daquilo que nos pesa
a constatação solene de que somente podemos ser livres
durante a breve duração da Queda.

Somos os súditos de um Rei distante.
Nossas súplicas emudecem-se
ao inverso do quadrado da distância.

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