Todas as ruas estão vazias.
A indiferença paira larga sobre nossas portas.
Mil olhos se fecham para que apenas um se abra.
Não há nada mais que a poesia possa dizer
Que nossas orações já não tenham perdido.
Toda nossa raiva se choca
Contra os paredões intransponíveis da esperança,
Mas abaixada a poeira,
Nenhuma pegada sobre a areia.
Insuflados como velas em direções contrárias,
Rumamos ao centro percorrendo perímetros.
Somos roedores dentro de jaulas,
Transfixados pela ideia do queijo
Que intuímos existir além.
Tão carente de por quês,
Desmaterializo-me em meio aos dias.
O meu peito está aberto às vicissitudes do mundo,
porém vazio para os mistérios da vida.
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